<aside> 💡 Até para quem já está habituado, escrever não é algo que se faça completamente sem esforço. A boa escrita às vezes exige um pouco de suor e um tanto de paciência. Se você já é uma pessoa pronta para fazer sua newsletter é porque já vem praticando e aperfeiçoando seu texto — então sabe muito bem disso. E talvez este capítulo possa ser um tanto óbvio para você. Se for esse o caso, basta pular estes parágrafos, sem maior problema. Ainda assim, aqui vão algumas linhas para relembrar fundamentos, a começar por esta antiga e útil regra de ouro, segundo a qual um bom texto deve buscar os atributos a seguir.

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Concisão — seja breve e simples

Força — tome uma posição

Correção — preste atenção nos detalhes

Gentileza — preste ainda mais atenção nos detalhes

Estilo

Uma newsletter até poderá ser um bom meio para fazer experimentos de linguagem se e quando você já tiver um público esperando ansioso pelos seus e-mails. Mas, se você faz parte da imensa maioria dos autores que precisam ainda formar a sua comunidade leitora, a melhor escolha será a busca de uma escrita de espectro amplo, clara, concisa, forte, correta e polida.

Esses são atributos do texto já na chamada de e-mail. Se a chamada for desinteressante ou incompreensível, o e-mail não será aberto. E a newsletter não será lida. Como você cuidará para que as chamadas sejam matadoras, irresistíveis, suas newsletters terão boas taxas de abertura. Isso já é muito, mas ainda não é tudo. Será preciso que a audiência goste da experiência de leitura para continuar abrindo seus e-mails, lendo seus textos e, no melhor dos mundos, recomendando-os aos amigos.

Assim, o melhor estilo de escrita a adotar é aquele que ajuda você a conversar melhor com o seu público. Mantenha seu estilo, se já tiver um. E assegure-se de que essa é a melhor linguagem para se comunicar com o público que você escolheu. Prefere desenvolver um estilo à medida que vai conhecendo as características do público? Esse também é um ótimo caminho. Talvez seja melhor começar com textos que podem ser compreendidos por um número maior de pessoas.

“Posso usar termos técnicos ou gírias que são compreendidos apenas por alguns grupos de pessoas?” Pode, claro. Desde que sua estratégia seja escrever e continuar escrevendo apenas para esses grupos. Mesmo nesses casos valerá a pena produzir textos de alta legibilidade, que se caracterizem pela concisão, posicionamento, correção e polidez.

Lembre-se: estamos em 2022 e a linguagem também pode ser um vírus. Estamos aprendendo muito sobre palavras e expressões que podem ferir ou reforçar injustiças — e que devemos evitar. Estamos aprendendo também que a língua portuguesa nos dá inúmeras possibilidades de construções que tornam a linguagem mais inclusiva sob diversos aspectos.

A língua está em constante evolução: as palavras mudam e a forma como as utilizamos deve acompanhar essa mudança. Usar uma linguagem sensível à questão do gênero e isenta de preconceitos é uma forma de rejeitar percepções antiquadas sobre homens, mulheres, pessoas com deficiência e outros grupos de pessoas na sociedade.

Há vários trabalhos destinados a orientar quem utiliza o português a evitar recorrer, de forma não intencional, a uma linguagem discriminatória. Partem do princípio de que em português a regra geral continua a ser a da utilização do masculino plural como genérico, mas apresenta estratégias alternativas que podem ser usadas para tornar a linguagem sensível à questão do gênero, como a adoção de termos genéricos, abstratos ou coletivos, ou o uso de pronomes invariáveis. São trabalhos que cobrem várias outras questões sensíveis, como o modo correto de se referir a pessoas com deficiência, uma área em que até mesmo escritores profissionais ainda cometem muitos erros.

É necessário usar sempre essas sugestões? O importante é saber que elas existem e que devem ser consideradas, pois talvez façam sentido para o público com o qual você quer falar. Voltaremos a esse tema — e com mais detalhes — em uma newsletter que estamos preparando para enviar em breve para você.

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Linha editorial

A escrita é um corte da realidade. A linha editorial de uma publicação é o mapa que mostra a abrangência e os limites desse corte. O que define o território mapeado são algumas questões a que você já vem respondendo nesta jornada com o Manual de newsletter gStack.

Você já definiu qual é a missão de sua newsletter, listou objetivos a alcançar, explicitou quais são os seus valores. Já sabe para QUEM quer escrever. Já se colocou no lugar dessa pessoa e procurou entender suas expectativas e necessidades. Até mesmo já listou algumas perguntas que quer fazer com sua newsletter, definiu pautas e pensou sobre a linguagem que vai usar.